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segunda-feira, setembro 25, 2006

Porque Sinto-me Revoltado (desrespeitado, enquanto professor)

Revolto-me contra a comunicação social, contra os sindicatos dos professores, contra o Ministério da Educação, mas sobretudo, e repito sobretudo, revolto-me contra o secretário regional da educação que eu ajudei a eleger quando nas últimas eleições regionais votei no Partido Socialista Açores.
Revolto-me contra a comunicação social porque as reportagens, notícias e informações que dão sobre o ensino, muitas vezes sente-se um carácter subversivo a respeito do ensino, sendo que os professores acabam quase sempre por sair mal na fotografia.
Revolto-me contra os sindicatos, porque só aparecem para chamar de “fascistas”, “ditadores”, “criminosos”, “terroristas” (adjectivos tirados de algumas das cartas aos sócios que recebi do meu sindicato), e outros nomes pouco dignos de quem manda na educação em Portugal. Nunca vi algum sindicato vir a público aplaudir sem reservas alguma decisão do Ministério da Educação, ou da Secretaria Regional da Educação. Um sindicato, principalmente um sindicato de professores, deveria ter uma atitude pedagógica, uma atitude que pudesse permitir aos professores, alunos e políticos verem a Escola e a Educação de outra forma. No entanto, dos sindicatos, principalmente os regionais, noto mais uma atitude de contra-terrorismo para com a Secretaria Regional e o Ministério da Educação.
Revolto-me contra o Ministério da Educação, e respectiva titular da pasta (como é que ela se chama, mesmo?), a qual também ajudei a eleger. Revolto-me contra esta senhora, porque à imagem do restante governo socialista (onde pára o socialismo em Portugal?), está a ajudar a acabar com a dignidade da função pública, e dos professores. No entanto, digo, um professor a mascar pastilha-elástica, como quem rumina erva, com a camisa com as golas viradas para cima, não é de todo o melhor exemplo que uma escola tem para apresentar num programa como os Prós e Contras.
Revolto-me contra o meu camarada regional Álamo Meneses, porque sim. Porque está a tornar sistema educativo regional numa farsa. O homem deve sonhar durante a noite com Peters Pans, Gullivers, Patos Donalds, Terras do Nunca e da Fantasia, e quando acorda:
- A partir de hoje, como forma de prevenir o insucesso escolar, todos os alunos terão de passar para o 2º e 3º ciclo aos 10 e 12 anos, respectivamente, mesmo que não tenham atingido os objectivos.
Claro, melhor forma de prevenir o insucesso não há. Quando alguém vier fazer auditorias e estatísticas às escolas açorianas, ninguém via andar a fazer testes aos alunos, mas sim, ver números de quem fica e quem passa.
Tenho um aluno inserido numa destas turmas de gente que não conseguiu concluir o 1º ciclo antes dos 10, que arrisca-se a chegar ao 9º ano sem saber colar a palavra Portugal por baixo do mapa do nosso rectângulo, cada vez mais quadrado, porque não sabe se a palavra que identifica o país é “Portugal”, ou “bandeira”, uma vez que, com 13 anos ainda não consegue ler mais do que três letras juntas.
É este o insucesso que se está a tentar combater, camarada Álamo? É este o incentivo que se está a tentar dar aos alunos, camarada? Espere só que eu explique amanhã aos meus alunos que, independentemente dos seus resultados, daqui a dois anos vão entrar numa turma especial, com possibilidade de daqui a quatro anos estarem no 9º ano.

3 comentários:

brettinha do campo disse...

bem ! tanta revolta!
mas é o país que temos , e o país que temos somos nós .......é o reflexo das nossas atitudes, opçoes, etc..... ....
só nos resta tentar melhorar e mudar as duras mentalidades que teimam em resitir....

brettinha do campo disse...

A propósito das avaliações e do processo continuado de desacreditação dos
Professores que a Ministra quer impor à opinião pública, gostaria que os
Professores pensassem no seguinte:



Em vez de fazerem greves inócuas, que ainda por cima cheiram a férias
desapropriadas entre feriados, os professores deviam pensar seriamente em
cumprir integralmente nas suas escolas o seu horário de trabalho. Passo a
explicar:

Pela manhã, TODOS os professores se apresentavam nas suas escolas para
iniciarem o seu dia de trabalho. Agora vai ser necessário um pouco de
aritmética, mas da mais básica. Se um professor tem 3 horas de aulas num
dia, cumpre mais quatro horas de permanência na escola. Nessas quatro horas
é suposto corrigir testes, preparar aulas, elaborar enunciados das provas,
etc., etc. tudo o que se relacione com a sua profissão e que normalmente
está habituado (mal) a fazer em casa. É também suposto utilizar as
secretárias, as cadeiras, os computadores e as impressoras da escola para o
seu trabalho. É que também é suposto que, antes de exigir resultados, a
escola lhe forneça condições de trabalho.

No final das sete horas de trabalho diário (7 x 5 = 35) saíam da escola para
casa, deixando na escola o trabalho que ficou por fazer .

Facilmente os Conselhos Executivos chegarão à conclusão que a escola não
oferece condições aos professores para que estes trabalhem, e terão que o
comunicar ao Ministério, ou não há seriedade. Ou tentarão os Conselhos
Executivos agir de forma a convencerem os professores de que como estes se
acotovelam na escola o melhor será irem para casa?

Mas poderão os professores ser penalizados por quererem exercer o seu
trabalho no local de trabalho que lhes está por natureza determinado?

Deixem de ser um bando e passem a actuar como um grupo.

TODOS para as escolas desde manhã a cumprir o horário de trabalho na escola,
o local de trabalho natural.

Atasquem completamente as escolas com a vossa presença e deixem que a
ausência de condições de trabalho faça o resto.

Deixem-se de greves inócuas e atrapalhem verdadeiramente o sistema de forma
legal.

Provem de uma vez por todas que querem trabalhar e que este patrão não vos
dá condições de trabalho apesar de vos exigir resultados, e ainda por cima
enxovalhando-vos continuamente.

Substituam os sindicalistas que vos representam tão mal e que já não sabem o
que é dar uma aula há mais de 20 anos por Professores que saibam discutir os
assuntos de forma séria.

Sejam de uma vez por todos PROFESSORES UNIDOS.

Se assim não for, rendam-se às evidências e façam o trabalho dos auxiliares
educativos, que ajudam o ministério a poupar uns cobres.

E NÃO SE QUEIXEM.

Para quem não sabe, não sou professor. Sou um reles engenheiro que às vezes
pensa nestas coisas, muitas delas quando às quatro ou cinco da manhã grito
para a minha mulher que está no escritório a corrigir testes e pergunto se
não se vem deitar.

Agora façam a vossa parte. Façam forward deste mail para todos os vossos
amigos, especialmente os professores. Comecem a divulgar esta ideia e pode
ser que tenham um futuro melhor.

Artur Guindeira

Anónimo disse...

Meu caro, estás no SINDICATO errado e não é preciso ires longe para saberes isso. O prof Daniel e a profªAlice sabem-no bem.
Rodrigo, junta-te aos bons e ainda serás melhor do que eles.
Tens razão, aquilo que com suor os professores conseguiram, outros houve que por tudo e por nada,GREVE. Sabes o que era o 8º escalão?
Sabes o que é o mérito( nunca houve regulamentação do ECD)?
Grande Guterres que se deixou levar pela onda! Que grande paixão!...
Mais não digo , abre o site da CGA e vê as reformas de gente que nunca fez nada na vida. Ao menos os teus pais eram professores a sério. Orgulha-te deles, do sindicato que alimentaram, nem por isso. Houve muito oportunismo pelo meio. Agora vais penar tal como eu, ... Seremos de 3ª, de 2ª, ... professores sempre.
Sobre o nosso SREC nem te digo nada, nem cócegas preciso de fazer!