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quinta-feira, março 01, 2007

Os Melhor Sistema de Ensino Está no Açores

Os Açores têm um sistema de ensino que deveria servir de modelo para o país e quem sabe para o resto da Europa (e já agora o resto do mundo). É esta a conclusão de um estudo que está a ser feito, e deverá demorar mais três a ser concluído e apresentado.
Para começar não percebo aqui uma coisa: se o estudo ainda está a ser feito, como é que já há conclusões?
Quanto ao tal sistema que é um exemplo para o resto do mundo, o senhor Thomas Hofsäss, professor alemão da Universidade de Liepzig, acredita mesmo no que diz. Parece o Pinto da Costa: é capaz de acreditar nas suas próprias mentiras. O professor, que deve ser doutor de qualquer coisa, está então a fazer um estudo para perceber a eficácia do nosso sistema de ensino. É de salientar que na Alemanha os alunos quando chegam ao 4º ano de escolaridade são matriculados em diferentes turmas de acordo com o seu nível de ensino. Escândalo. Mas isto não pode ser assim. Separar alunos que não sabem nada, que são mal-educados para com os professores, colegas e funcionários? Separar alunos que não querem trabalhar dos outros que querem ser alguém com o mínimo de formação? Separar os alunos que não têm capacidades para evoluir ao mesmo ritmo dos outros? Claro que não. Não pode ser assim. Pelo menos é o que diz o professor, e é o que o sistema da região pretende ao nível do 1º ciclo, uma vez que nos outros ciclos as turmas são mesmo separadas pelo grau de aprendizagem. Pelo andar das coisas, qualquer dia o grau de aprendizagem é negativo para todas as turmas.
E como é que se vai avaliar este nosso fantástico sistema de ensino? O professor Thomas Hofsäss e a professora Conceição Medeiros, do departamento de Línguas e Literaturas Modernas da Universidade dos Açores, com a ajuda da Direcção Regional da Juventude e a Secretaria Regional da Educação, vão passar por todas as escolas dos Açores e assistir às aulas com turmas onde existam alunos com dificuldades de comportamento e aprendizagem, misturados com outros alunos que não têm quaisquer tipo de dificuldades. Os dois professores em causa vão eles próprios planificar umas aulas de Língua Portuguesa, Inglês e Desenvolvimento Pessoal e Social. Serão os próprios professores a darem estas aulas, para poderem sentir na prática a realidade deste nosso magnífico sistema de ensino. Vão? Vão nada. Vão mas é passar por todas as escolas dos Açores para dizerem a todos os professores que temos um sistema modelo, e no fim da sua apresentação que dura mais ou menos 15 minutos, dependendo das perguntas feitas pela audiência, vai ser distribuído um inquérito aos presentes. Ou seja: os resultados deste estudo vão ser apresentados tendo em conta as cruzinhas que os professores dos alunos com dificuldades irão deixar nos inquéritos. Quanto aos alunos a quem se dirige este sistema de ensino, nem vê-los. Quanto mais longe deles, melhor. O professor Thomas Hofsäss e a professora Conceição Medeiros nunca saberão se são brancos, negros, chineses, ciganos, católicos, judeus, protestantes (lá isto são, quase todos eles são protestantes). Não me parece que algures nos resultados que irão ser apresentados, vai ficar a saber-se que ontem um aluno meu ao chegar à sala foi empurrado por outro, bateu com a cabeça na porta e gritou: “Porta do c!!alho!”. Posto isto deu um pontapé fortíssimo na porta, que partiu a fechadura e rachou a porta de cima a baixo. Não me parece que nos resultados apresentados irá aparacer que na mesma aula um aluno ameaçou-me que iria chamar o irmão para vir dar cabo de mim. O mesmo aluno virou-se para trás, e empurrou a cabeça de uma guitarra contra a barriga do colega, o qual nem se consegia manter em pé devido às dores provocadas por acto selvagem de um aluno que faz parte deste magnífico Sistema Educativo Inclusivo.
De facto temos um sistema de ensino modelo. O modelo de que como a teoria é muito bonita enquanto for teoria. E quando passar à prática? Bom, façamos como o Hommer Simpson fez uma vez: Em situação de alfição, vamos todos rezar a Deus, Buda e Alá. Algum deles há-de nos ajudar.

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