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sexta-feira, abril 25, 2008

Foi Uma Revolução, Parvos

Dizer que compreendo o que se sentia durante o regime fascista, seria injusto para com os meus pais, para com os Capitães de Abril, para com o Zeca, o Sérgio, o Zé, o Adriano, o Manuel, o Mário, o Álvaro, para com todos os perseguidos, presos e exilados durante o regime.
Compreendo a música, compreendo os textos, compreendo as metáforas. Não consigo compreender o porquê da ditadura, nem muito menos consigo compreender o que sentiam os perseguidos pela P.I.D.E. Não consigo compreender o ódio que saía da metralhadora que assassinou no dia 25 de 1974 o João Guilherme, um estudante de Santo António em Lisboa, que se juntava à manifestação.
Como ouvi ontem o José Soares a dizer, não foi um acidente. Foi um assassinato. Foram disparos contra a população, logo é assassínio.
E não foi um golpe de estado, como alguns dizem. Não foi uma evolução, como alguns parvos quiseram chamar. Foi uma revolução.
Não compreendo os sentimentos fascistas que levaram ao regime. Não compreendo o que sentiam os perseguidos e os familiares dos que morreram. Não compreendo porque não senti. Mas sei que existiu. Isto é suficiente para não querer que aconteça a mim, nem nunca mais.
Foi uma revolução.
Viva a revolução de Abril.
Viva a Primavera de Abril.
25 de Abril, sempre!

6 comentários:

MaesDoc disse...

25 DE ABRIL SEMPRE! Por tudo e apesar de tudo.
Pela libertação do homem e do pensamento, pela dignidade reconquistada ao jogo das sombras e das humilhações, pelo fim de uma guerra estúpida que matou, mutilou e condicionou uma geração inteira de portugueses, pelo fim dos cárceres e dos carcereiros, por tudo e apesar dos excessos havidos. Uma revolução não se compadece, como muito bem disseste Rodrigo, com os simples e aburguesados intentos de quem vê nela uma evolução.
Infelizmente os ciclos repetem-se.
Este mundo globalmente ditaturial, economicamente castrador e exclusivo, com serviços minimos na protecção social está a empurrar-nos , de novo, para a resistência e para a expulsão destes neoliberais made Século XXI. Por isso:
25 de Abril, sempre!
Ditadores e neoditadores, nunca mais!
Fascismo e terrorismo , NUNCA!

Abraço

Manel Estrada

Anónimo disse...

Rodrigo,

Belo texto e bela alma.
Não podes saber como eram as trevas sem as teres vivido, mas acreditares naqueles que presenciaram a escuridão e o medo é já a revelação de querer aprender com quem sabe e com quem sofreu em silêncio.
No meio desses horrores até fui uma felizarda,mas a minha mãe era professora numa aldeia e eu vi, desde muito pequenina, os horrores da fome e da miséria absoluta.

Rodrigo de Sá disse...

Tenho sorte de não ter assistido a nada, mas também tenho a sorte de ter alguém que me conte, para que eu conte a outros.

Anónimo disse...

E ontem, dia dois de Maio, estivemos com um capitão de Abril, o Vasco Lourenço.

Anónimo disse...

Rodrigo:

Viva a Primavera de Abril, 25 de Abril, sempre; mas não foi uma revolução.
E se achas que foi, ou precisamos de definir o que é uma "revolução" ou precisas dizer que tipo de revolução. Também nada teve de "evolução", porque evolução nessas coisas soa-me a reaccionário.
Está mais perto de ser um golpe de estado, mas todos eles são diferentes.
Então o que foi?

Rodrigo de Sá disse...

Foi uma reconquista.