Parabéns aos inspectores da educação nos Açores pelo esforço que têm feito em relação ao insucesso escolar na região. Devido às estratégias encontradas pela inspecção, prevejo que o insucesso escolar do ano lectivo 2008/2009 seja praticamente nulo.
Neste final de ano, a uma semana das reuniões de avaliação de final de ano, chegou um comunicado às escolas que entre muitas outras coisas, diz que numa turma em que há 10% de retenções, ou mais, o Conselho de Turma terá de fazer uns relatórios extra, mais uma série de esquemas, e umas cruzes nuns inquéritos quaisquer.
Por exemplo, numa turma de 17 alunos, 10% é 1,7. Ou seja, só pode ficar retido um aluno, mais 6 décimos de outro. Basta mais 1 décima do aluno perder também o ano, temos os 10% de retenções, e lá está os relatórios (ou será ralatórios?). Tendo em conta que as turmas hoje em dia em muitas escolas são feitas por níveis de aprendizagem, os directores das turmas A e B ainda se safam.
Vêm mesmo a calhar estes trabalhos extra no final do ano, ainda por cima sem aviso.
As regras mudam à vontade das secretarias, direcções e inspecções.
Basicamente o que nos querem dizer é que caso queiramos não transitar um aluno de ano, porque ele não sabe, não compreende, não trabalha, não se interessa, não vem às aulas, não participa, porta-se mal, não melhora, não quer saber, está a lixar-se, teremos muito mais trabalho, do que simplesmente dizer “o aluno não sabe, não compreende, não trabalha, não se interessa, não vem às aulas, não participa, porta-se mal, não melhora, não quer saber, está a lixar-se, mas mesmo assim, vai passar de ano”.
Lembro-me de uma mãe que no dia de entrega das avaliações finais indignou-se com a directora de turma:
- Como é que o meu filho vai para o 6º ano, se nem sabe escrever o seu nome?
Enfim, em nome das estatísticas, é esta a educação que temos. Qualquer dia ainda conseguimos ter 125% de sucesso escolar nos Açores.
A emissão desta semana do Cowboy Cantor (ainda o único podcast dos Açores?):
Neste final de ano, a uma semana das reuniões de avaliação de final de ano, chegou um comunicado às escolas que entre muitas outras coisas, diz que numa turma em que há 10% de retenções, ou mais, o Conselho de Turma terá de fazer uns relatórios extra, mais uma série de esquemas, e umas cruzes nuns inquéritos quaisquer.
Por exemplo, numa turma de 17 alunos, 10% é 1,7. Ou seja, só pode ficar retido um aluno, mais 6 décimos de outro. Basta mais 1 décima do aluno perder também o ano, temos os 10% de retenções, e lá está os relatórios (ou será ralatórios?). Tendo em conta que as turmas hoje em dia em muitas escolas são feitas por níveis de aprendizagem, os directores das turmas A e B ainda se safam.
Vêm mesmo a calhar estes trabalhos extra no final do ano, ainda por cima sem aviso.
As regras mudam à vontade das secretarias, direcções e inspecções.
Basicamente o que nos querem dizer é que caso queiramos não transitar um aluno de ano, porque ele não sabe, não compreende, não trabalha, não se interessa, não vem às aulas, não participa, porta-se mal, não melhora, não quer saber, está a lixar-se, teremos muito mais trabalho, do que simplesmente dizer “o aluno não sabe, não compreende, não trabalha, não se interessa, não vem às aulas, não participa, porta-se mal, não melhora, não quer saber, está a lixar-se, mas mesmo assim, vai passar de ano”.
Lembro-me de uma mãe que no dia de entrega das avaliações finais indignou-se com a directora de turma:
- Como é que o meu filho vai para o 6º ano, se nem sabe escrever o seu nome?
Enfim, em nome das estatísticas, é esta a educação que temos. Qualquer dia ainda conseguimos ter 125% de sucesso escolar nos Açores.
A emissão desta semana do Cowboy Cantor (ainda o único podcast dos Açores?):
Transferência do mp3 da 62ª emissão aqui (mp3 27,6 mb/30’06’’)
Ouvir no blog Danialice
Ouvir no iTunes
Informações sobre a emissão no blog Cowboy Cantor
4 comentários:
Duvido sempre dos números "redondos". Um milhão de gordos em Portugal, meio milhão de diabéticos, um milhão com doenças cardíacas, dois milhões com tensão alta, meio milhão de reumáticos, e por aí fora.
Porquê 10% de aproveitamento obrigatório, e não 9,7% ou 10,45%, por exemplo? Que estudos levaram à conclusão de que aquele era o número mágico? Talvez porque 10% (um milhão, cá está) de portugueses sofre de distúrbios psicológicos. E, por azar nosso, foi a esses 10%, ao que parece, que foram buscar a maioria das cabeças que nos governam.
E não será que a maioria das cabeças que nos governam só tem 10% do cérebro a funcionar?
O movimento Pró-voto, movimento apartidário criado por um grupo de alunos da licenciatura em Estudos Europeus e Política Internacional da Universidade dos Açores, vem convidar o(s) autor(es) deste blog e todos aqueles que por aqui passam para estarem presentes no debate subordinado ao tema “Da abstenção ao voto obrigatório”, que se vai realizar na próxima segunda-feira dia 29 de Junho, pelas 9:30 no anfiteatro B da Universidade dos Açores.
Para mais informações, vão a: www.movimento-pro-voto.blogspot.com
Daniel
Logo tu te foste esquecer de outro número meio redondo, ou mal arredondado. O 6,83% que nos tem sido atirado , constânciamente. Nem mais nem menos caramba, ainda com 9 meses à frente para retirar uma centésima que fosse.
E foi por causa dele que 6 % dos portugueses começaram a pagar mais 5 % dos antidiabéticos orais, 10% de outros estão no desemprego não tarda nada com 50% deles sem talão de jorna ao fim do mês, e os reformados, a médio prazo, irão ficar com menos 40% do seu já magro pecúlio.
E se por acaso conseguires encaixar, ou cruzar, esses 10% de recrutamento governamental com os 10% de bi/ homossexuais no activo, vamos perceber muito mais coisas deste país do que imaginávamos.
Um abraço
Manuel Estrada
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