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A Minha Rádio Podcast: Cowboy Cantor

quarta-feira, junho 17, 2009

Parabéns à Inspecção Regional da Educação

Parabéns aos inspectores da educação nos Açores pelo esforço que têm feito em relação ao insucesso escolar na região. Devido às estratégias encontradas pela inspecção, prevejo que o insucesso escolar do ano lectivo 2008/2009 seja praticamente nulo.
Neste final de ano, a uma semana das reuniões de avaliação de final de ano, chegou um comunicado às escolas que entre muitas outras coisas, diz que numa turma em que há 10% de retenções, ou mais, o Conselho de Turma terá de fazer uns relatórios extra, mais uma série de esquemas, e umas cruzes nuns inquéritos quaisquer.
Por exemplo, numa turma de 17 alunos, 10% é 1,7. Ou seja, só pode ficar retido um aluno, mais 6 décimos de outro. Basta mais 1 décima do aluno perder também o ano, temos os 10% de retenções, e lá está os relatórios (ou será ralatórios?). Tendo em conta que as turmas hoje em dia em muitas escolas são feitas por níveis de aprendizagem, os directores das turmas A e B ainda se safam.
Vêm mesmo a calhar estes trabalhos extra no final do ano, ainda por cima sem aviso.
As regras mudam à vontade das secretarias, direcções e inspecções.
Basicamente o que nos querem dizer é que caso queiramos não transitar um aluno de ano, porque ele não sabe, não compreende, não trabalha, não se interessa, não vem às aulas, não participa, porta-se mal, não melhora, não quer saber, está a lixar-se, teremos muito mais trabalho, do que simplesmente dizer “o aluno não sabe, não compreende, não trabalha, não se interessa, não vem às aulas, não participa, porta-se mal, não melhora, não quer saber, está a lixar-se, mas mesmo assim, vai passar de ano”.
Lembro-me de uma mãe que no dia de entrega das avaliações finais indignou-se com a directora de turma:
- Como é que o meu filho vai para o 6º ano, se nem sabe escrever o seu nome?
Enfim, em nome das estatísticas, é esta a educação que temos. Qualquer dia ainda conseguimos ter 125% de sucesso escolar nos Açores.

A emissão desta semana do Cowboy Cantor (ainda o único podcast dos Açores?):
Transferência do mp3 da 62ª emissão aqui (mp3 27,6 mb/30’06’’)
Ouvir no blog Danialice
Ouvir no iTunes
Informações sobre a emissão no blog Cowboy Cantor

4 comentários:

Daniel disse...

Duvido sempre dos números "redondos". Um milhão de gordos em Portugal, meio milhão de diabéticos, um milhão com doenças cardíacas, dois milhões com tensão alta, meio milhão de reumáticos, e por aí fora.
Porquê 10% de aproveitamento obrigatório, e não 9,7% ou 10,45%, por exemplo? Que estudos levaram à conclusão de que aquele era o número mágico? Talvez porque 10% (um milhão, cá está) de portugueses sofre de distúrbios psicológicos. E, por azar nosso, foi a esses 10%, ao que parece, que foram buscar a maioria das cabeças que nos governam.

Rodrigo de Sá disse...

E não será que a maioria das cabeças que nos governam só tem 10% do cérebro a funcionar?

Sérgio Santos disse...

O movimento Pró-voto, movimento apartidário criado por um grupo de alunos da licenciatura em Estudos Europeus e Política Internacional da Universidade dos Açores, vem convidar o(s) autor(es) deste blog e todos aqueles que por aqui passam para estarem presentes no debate subordinado ao tema “Da abstenção ao voto obrigatório”, que se vai realizar na próxima segunda-feira dia 29 de Junho, pelas 9:30 no anfiteatro B da Universidade dos Açores.

Para mais informações, vão a: www.movimento-pro-voto.blogspot.com

MaesDoc disse...

Daniel

Logo tu te foste esquecer de outro número meio redondo, ou mal arredondado. O 6,83% que nos tem sido atirado , constânciamente. Nem mais nem menos caramba, ainda com 9 meses à frente para retirar uma centésima que fosse.
E foi por causa dele que 6 % dos portugueses começaram a pagar mais 5 % dos antidiabéticos orais, 10% de outros estão no desemprego não tarda nada com 50% deles sem talão de jorna ao fim do mês, e os reformados, a médio prazo, irão ficar com menos 40% do seu já magro pecúlio.
E se por acaso conseguires encaixar, ou cruzar, esses 10% de recrutamento governamental com os 10% de bi/ homossexuais no activo, vamos perceber muito mais coisas deste país do que imaginávamos.

Um abraço

Manuel Estrada