O suspeito entrou na sala onde estavam dezenas de alunos mais alguns professores. O suspeito trazia uma caçadeira de canos cerrados. O suspeito barricou-se numa sala após a evacuação das presumíveis vítimas de um presumível rapto.
As negociações decorreram sempre pela normalidade entre a polícia e o suspeito, à excepção de um tiro vindo da sala onde estava apenas o suspeito. O tiro terá sido presumivelmente disparado por acidente pelo suspeito.
A polícia conseguiu fazer com que o suspeito de se entregasse.
Um homem entrou numa escola com uma caçadeira à vista de dezenas de pessoas. Depois fechou-se numa sala sozinho. A P.S.P. considera-o suspeito de ter entrado na escola à vista de muita gente, de se ter fechado numa sala, de ter falado com a polícia e de ter disparado um tiro, ainda que por acidente, numa sala onde só estava ele e mais ninguém.
Apesar de tudo, é suspeito. O suspeito e o presumível suspeito.
Assim se compreende por que razão os processos nos tribunais levam tanto tempo a serem resolvidos, quando têm a sorte, ou o azar para os condenados, de não prescreverem.
Há mais protecção da inocência de um acusado, do que propriamente a protecção da vítima.
3 comentários:
Nestes casos só há duas hipóteses. Ou se trata de um suspeito ou de um alegado. Ainda que confesse em tribunal, continua suspeito ou alegado até que o Sr. Dr. juiz diga lhe mude a categoria.
Para isso é preciso que o Sr. Dr. juiz não considere a confissão uma alegada exposição dos factos.
Meus Caríssimos Amigos
Que belíssima cena levada a palco pelo Teatro da Palma... Inácio, nas instalações do Miguel Bombarda.
Com esse Sr. Dr. juiz como alegado encenador.
Gostei.
Como teria gostado, também, se o Rodrigo assinalasse, no passado dia 2, mais um anito deste seu blog.
Manel Estrada
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