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quinta-feira, março 11, 2010

Focáccias

Um café do Centro Comercial Sol-Mar tem escrito na sua ementa focáccia. Não sei se há tradução da palavra original em italiano para português, nem sei ao certo o que é uma focaccia. Mas sei que a palavra é italiana, provavelmente ainda intocável desde o tempo do uso frequente do latim. Para além disso, tal como qualquer digno estabelecimento de restauração português, não falta o acento no "u" na palavra menu. E tanto que gosto de ouvir as pessoas dizerem menu como se estivessem a balir: mé - nu. Nem o francês mais polido iria se lembrar de abrir tanto o "e".
A primeira vez que vi focáccia tive vontade de rir. Depois até fiquei com pena do iluminado que gravou as letras no mostrador. Então o acordo ortográfico quer acabar com acentos e consoantes mudas, dizem eles mudas, porque de facto nem sempre são mudas, e a pessoa que escreveu o letreiro, para além de usar duplicação de consoantes, arranja um acento onde ele não existe? O que pode fazer então o acordo ortográfico neste caso? Aparentemente nada, pois este acordo não para informar ninguém. É mais para desinformar, e diria mais: desenformar.
Este acordo irrita-me profundamente. O que faz, mais do que uniformizar (era muito para eles) a escrita da língua portuguesa, é simplesmente deixar de obrigar os portugueses a pensar no porquê de certas grafias.
Depois há aqueles brilhantes comentários dos estudiosos e linguistas pro-acordo: Quem quiser continuar a escrever como agora, continua. Mas deve-se começar a ensinar o novo acordo.
Então se se pode escrever como quisermos, isto não é acordo e não é uniformizar a língua escrita. É precisamente tornar mais caótica a forma como escrevemos e lemos a língua que afinal teve origem em Portugal, mas que agora vai ser uniformizada de acordo com o uso de países que desenvolveram para si próprios uma outra forma de escrever.

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