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domingo, janeiro 02, 2005

Indignação (parte 1)

Parei durante alguns dias o meu blog. Gostaria de voltar com um balanço de 2004, mas está difícil sair alguma coisa. Entretanto, escrevo para dar conta de duas indignações que me assaltaram o pensamento ontem, logo no primeiro dia do ano.
Foi notícia de primeira página, no Açoriano Oriental, o facto de que dentro de poucos dias, o Instituto Nacional de Aviação Civil (INAC) irá retirar a redução de 50% de taxa no transporte de jornais, revistas, livros e equipamento braile, para os Açores. Desta forma, a taxa terá de ser paga por completo por parte das empresas responsáveis pela distribuição dos artigos referidos, sendo que, necessariamente, tudo será mais caro (ainda mais caro). Ora esta notícia deixou-me um pouco confuso das ideias. Primeiro porque, e com todo o respeito pela jornalista que redigiu a notícia, a apresentação da notícia está muito confusa. O próprio texto está muito confuso. Há inúmeras repetições de conteúdo. Há frases inconclusivas, e há paragráfos que tive de ler três ou quatro vezes para conseguir perceber o que é que a jornalista queria dizer. Segundo, fiquei confuso, porque todos se contradizem. É aquela história do "eh pá e tal", não é bem assim... Eh pá, é. Eh pá, já não é". Bom, vamos lá ver se nos entendemos: ou é, ou não é.
Terceiro, fiquei confuso (muito confuso) porque a tarifa para a Madeira vai continuar a ser reduzida.
A mim não me interessa saber se é o Governo Regional que manda nesta tarifa. Não me interessa saber se é o Governo da República que manda. Não me interessa saber se é o INAC, ou mesmo se é o Presidente da República, ou o Primeiro Ministro, ou até o João Jardim. A mim o que me interessa é o que eu acho a respeito de haver uma tarifa suficientemente alta que nos obrigue a pagarmos mais por um livro, ou por um jornal publicado em Portugal, só porque o estamos a comprar no Açores. E o que eu acho, é que isto tudo é uma estupidez, que não faz sentido nenhum. Somos ou não somos Portugal?

7 comentários:

Nuno Barata disse...

Boa prosa. Desejo-te muita sorte e perseverança, para poderes continuar a pensar e a indignares-te.
Um abraço deste filho da Maia.

Anónimo disse...

Este é um dos muitos pormenores com que nos bridam no acesso à informação. Também li a notícia e me perguntei porque seria um INAC qualquer a tirar ou incluir reduções. Parece-me evidente que em matéria de difusão de informação escrita, todos deveriamos estar em igualdade circunstâncias.
Rui Coutinho

Rodrigo de Sá disse...

E reparem nisto: compro todos os dias o Público do dia anterior. Porquê? Porque a distribuidora só passa na Maia às 8 da manhã, e o jornal do dia só chega ao meio dia e meia hora.

Mário disse...

p'los vistos não somos Portugal. Isso é bom, não sermos Portugal porque Portugal neste momento está uma grande merda. Agora os jornais e as revistas(com excepção para a imprensa cor-de rosa), nos jornais e nas revistas não se toca, sôs sacanas.

Mário disse...

P'los vistos não somos Portugal, o que até é bom, tendo em conta o estado da nação. Agora não metam o gadanho nos jornais e nas revistas, sôs sacanas, que é das poucas coisas boas que temos em Portugal(com excepção da Imprensa cor-de rosa e dos tablóides)

Mário disse...

P'los vistos não somos Portugal, o que até é bom, tendo em conta o estado da nação. Agora não metam o gadanho nos jornais e nas revistas, sôs sacanas, que é das poucas coisas boas que temos em Portugal(com excepção da Imprensa cor-de rosa e dos tablóides)

Rodrigo de Sá disse...

Pois é. Acho que é até temos bons jornais e revistas, mas será que temos bons jornalistas? É cada asneira que se lê hoje em dia. Isto para não falar de o facto de o verbo "colocar" servir para tudo o que implica acção (o que é precisamente o contrário). E também a mania que têm de todas as notícias serem dadas no presente: "Açorianos combatem índios". Isto foi há 350 anos, mas a notícia foi dada assim, como se fosse agora.