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A Minha Rádio Podcast: Cowboy Cantor

segunda-feira, julho 10, 2006

O Orgulho de Ano Lectivo Em Cheio

... e depois as lágrimas pelos amigos, que por vezes foram alunos, que tive nas Furnas.

quinta-feira, julho 06, 2006

Gente Dessa

Podia começar este texto a explicar os motivos pessoais e profissionais que me levaram a interromper por algum tempo os meus blogs, e o podcast. Podia fazer um apanhado geral do que se passou, por exemplo na Maia durante este tempo todo. Podia também salientar algumas coisas importantes que têm acontecido no ensino. Podia falar do orgulho de ser português (coisa que deve começar a desvanecer hoje, e a partir de Sábado começará mesmo a morrer). Podia falar de tantas coisas, e não ir directamente ao assunto desta publicação, mas não. Vou mesmo directo ao assunto:

Hoje foi o primeiro dia de entrega de notas na Povoação.
Como secretário de uma turma do oitavo ano, também estive presente na entrega de notas, e matrículas.
Estava a sala um pouco movimentada. Eu orientava um aluno que iria repetir o ano, enquanto entregava as notas a dois outros alunos, e a uma mãe.
Mais concentrado no aluno que iria perder o ano, uma vez que a sua matrícula seria feita numa turma com programa profissionalizante (não me peçam para explicar, que agora não explico), ouço a mãe, acabadinha de se sentar, e ainda sem sequer ter olhado para as notas do filho:
- É pena a professora de Educação Tecnológica não estar aí.
Sem ligar muito, comecei a perceber o que se passava. O filho, um aluno com quase todas as notas 3, um ou dois 4, e um 5 (claro, em Educação Musical), iria ter negativa a Educação Tecnológica. Comecei então a lembrar-me que a minha colega tinha dito que o rapaz em causa não tinha entregue nenhum trabalho, e até tinha deixado de ir às aulas de Educação Tecnológica.
Não liguei muito à conversa da senhora, pois estava mais concentrado no aluno que iria perder o ano, enquanto também tentava esclarecer algumas coisas aos outros dois que estavam a fazer a matrícula no 9º ano:
- Gostava de falar com a professora de Educação Tecnológica. Aliás, até é mesmo melhor que ela não esteja aí. Não costumo falar com gente dessa escumalha.

Agora vêm os ministros e secretários da educação falar em avaliação dos professores por parte dos pais? Gente desta é que de certeza a mim não me avalia, porque eu não deixo. Se eu próprio não questiono as notas negativas que os meus colegas dão aos alunos a quem eu dou 5, quem é que, estando fora do ensino, fora das aulas e do ambiente escolar, tem o direito de avaliar os professores e seus métodos de trabalho, em função das notas que os filhos têm? Ninguém. E repito ninguém, porque eu não deixo.
Ser avaliado por um pai? Como se diz na Maia, “ah quele, vai mamar noutra”.