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A Minha Rádio Podcast: Cowboy Cantor

sábado, abril 29, 2006

Futebol Extra-terrestre

Há muito tempo que deixei de querer falar de futebol aqui. Aliás, quer aqui, quer noutro lado qualquer. Mas hoje abro uma excepção, e vou voltar a falar de futebol apenas com esta pergunta: Que nacionalidade terá um astronauta que levou uma bola de futebol para o espaço, e ficou muito admirado de não se conseguir jogar futebol no espaço por causa da gravidade?
A resposta a esta pergunta, baseada em factos reais, só pode ser uma: O astronauta era brasileiro, porque só um brasileiro se iria lembrar de levar uma bola de futebol para o espaço.

terça-feira, abril 25, 2006

o Charlatão

Dedicado a todos aqueles que lutam contra o asno da outra região autónoma portuguesa (que me perdoe a Associação Protectora dos Animais pela comparação).

O CHARLATÃO
(Sérgio Godinho)


Numa rua de má fama
faz negócio um charlatão.
Vende perfumes de lama,
anéis de ouro a um tostão.
Enriquece o charlatão.

No beco mal afamado
as mulheres não têm marido,
um está preso, outro é soldado,
um está morto, e outro ferido,
outro em França anda perdido.

Na ruela de má fama
o charlatão vive à larga,
chegam-lhe toda a semana,
em camionetas de carga,
rezas doces paga amarga.

No beco dos mal fadados
os catraios passam fome,
têm os dentes enterrados
no pão que ninguém mais come,
os catraios passam fome.

Na travessa dos defuntos
charlatões e charlatonas
discutem dos seus assuntos,
repartem-se em quatro zonas,
instalados em poltronas.

Para a rua saem toupeiras,
entra o frio nos buracos.
Dorme a gente nas soleiras
das casas feitas em cacos,
em troca de alguns patacos.

Entre a rua e o país
vai o passo de um anão,
vai o rei que ninguém quis
vai o tiro de um canhão,
e o trono é do charlatão.

É entrar senhorias
a ver o que cá se lavra.
Sete ratos, três enguias,
uma cabra, abra-cadabra.

sábado, abril 15, 2006

Regras Simples (ou a Matemática não engana)

As regras eram simples: havia 16 perguntas com resposta múltipla à escolha. Cada resposta certa valia 1,25 valores, a somar ao zero que se tem antes de começar qualquer teste. Cada resposta errada descontava 0,3 valores ao total das respostas certas. Só mesmo regras do Instituto Superior Técnico, o Técnico para os amigos.
Ela entrou confiante, apesar de ter estudado mal durante o serão anterior:
- Não é fácil estudar com obras ao lado. Queria ver se fosses tu.
Não estava à espera de um brilhante resultado. Tinha a esperança de não descontar muito.
Ora nem mais, apenas teve um desconto de 4,8 valores. Nada de anormal, a não ser que estes 4,8 valores correspondiam exactamente a 16 respostas erradas.
Fazendo as contas: 0-(16x0,3) = -4,8.

domingo, abril 09, 2006

Malucos Para Tudo

Enquanto professor de Educação Musical, uma das minhas tarefas é dar a conhecer uma grande variedade de fazer música. Foi com este intuito que nesta semana que passou levei para a escola um disco do Bobby McFerrin. Para quem não está a associar, este é o responsável pelo tema “Don’t Worry, Be Happy”, que passava há uns tempos numa anúncio de higiene íntima feminina. A particularidade deste músico prende-se com o facto de apenas usar vozes e batimentos corporais nas suas canções. Nem um único instrumento. Passei um tema que se chama “Thinking About Your Body”, em que ele anda com a voz entre os extremos, de segundo para segundo. Ora está num registo grave, a imitar um baixo, ora está num registo agudo, a imitar uma guitarra a fazer um solo. Isto tudo sem hesitar. Sem falhas.
Quando acabou o tema, olhei para a turma do 8º A, e vi que estavam todos espantados com tal coisa. Num comentário muito juvenil, disse:
- Há malucos para tudo.
Imediatamente tive uma resposta:
- Até para dar aulas.